A Treta do Ego, Orgulho e Vaidade

Há muito tempo, um homem ouviu do Oráculo dos Deuses que era sábio. Mas esse homem era um cabeça dura que adorava discordar no rolê. Então ele botou na cabeça que sairia por aí testando sua suposta sabedoria para provar ao Oráculo e a si mesmo que ele não era isso que diziam dele.

De primeira, o homem foi falar com um político influente daquela região, reconhecido como sábio e poderoso. Então o homem questionou o #influentão #manjador, e descobriu que não havia sabedoria ali. Em seguida, o homem foi em busca dos artistas. Afinal, há sabedoria em suas obras. Contudo, ao questionar os artistas, o homem percebeu que a sabedoria impressa em suas obras vinha mais de uma intuição que da sapiência do criador. Por fim, o homem foi atrás dos artífices e artesãos. Ao questionar os desta classe, encontrou uma sabedoria inerente à profissão que exerciam: eles de fato sabiam sobre aquilo que trabalhavam. Contudo, notou que a mesma postura de saber que tinham em relação às suas profissões era replicada em outros assuntos que eles não tinha domínio, fazendo-se sabedores do que não eram. No fim, este homem chegou a conclusão que ninguém ali era sábio (inclusive ele), mas que pelo menos ele sabia que não o era. Depois de cutucar todo esse pessoal, muita gente ficou incomodada. Afinal, alguém botou um espelho na cara deles e mostrou que não eram tudo isso. O homem revelou ao mundo a vaidade dos que inquiriu, e o ego e orgulho destes se manifestou de forma voraz e vingativa. E então fizeram a coisa mais “correta” que lhes passou à mente: PROCESSA O TIO! O homem então foi levado a julgamento, com a desculpa que estava corrompendo a mente dos jovenzinhos que, curiosos, o seguiram durante aquela jornada e saíram por aí replicando o que achavam que tinham entendido. O homem tinha a opção de abaixar a cabeça e “pedir perdão pelo vacilo”, mas também foi acometido por seu próprio orgulho, e por isso, perdeu a cabeça. Esse homem era um cara chamado Sócrates, e esta história está na íntegra no livro “Apologia de Sócrates”, de Platão. Essa história traz várias lições, mas entre elas, quero destacar algumas:
  1. Se você é dominado por seu ego, orgulho e vaidade, além de tolo você é um vacilão!
  2. Se você revelar esses três vícios em alguém, esse alguém vai ficar muito pistola contigo e possivelmente vai ter algum tipo de treta, mesmo se esse alguém for você.
  3. A jornada pela sabedoria é uma desconstrução constante de seus próprios vícios, para que possam dar lugar às virtudes. E parte importante dessa jornada é questionar a si mesmo.
Então na próxima vez que você se achar o especialista em algo que nunca estudou de fato, ou quando for crescer para cima de alguém se achando o côco da maria-mole, lembre-se que o tolo morre pela boca…. seu bobão.
#Namastreta – a treta que habita em mim saúda a treta que habita em você.